Prevenção de Doenças é Conhecimento, Cultura Básica

Autor. Wagner Medeiros Junior



Matéria recente publicada pela VEJA Saúde, baseada em pesquisa realizada pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), abordando 2.764 entrevistados na capital e em municípios do interior paulista, revela dados preocupantes sobre o desconhecimento da população em relação aos fatores de risco das doenças cardiovasculares. Considerando que São Paulo é um dos estados brasileiros com melhor qualidade de ensino e informação, pode-se conjecturar que a situação brasileira, neste aspecto, pode ser ainda mais alarmante, haja vista os dados apresentados.

Segundo a pesquisa, apenas 8% da população mencionou que o diabetes sem controle pode ocasionar o infarto ou um acidente vascular cerebral; 11% apontaram o colesterol elevado, a obesidade e a hipertensão; 12% citaram a falta de atividade física e 13% a alimentação não saudável para essa condição. Portanto, nenhum dos fatores de risco chegou a ter 15% de conhecimento, para o espanto dos cardiologistas e profissionais de saúde que trabalham para ampliar a conscientização da população sobre as causas das doenças cardiovasculares.

Deve-se considerar que 30% das mortes no país têm àquelas condições como causa principal, o que acarreta cerca de 400 mil óbitos anuais. “Boa parte delas, uma vez instaladas não têm cura, apenas podem ser controladas com tratamentos que incluem medicamentos e mudanças no estilo de vida”, como explica a Dra. Maria Cristina Izar, médica cardiologista, presidente da Socesp e professora adjunta livre docente da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

É bem didático o que a professora Maria Cristina nos ensina sobre o que podemos mudar (e o que não) para proteger o coração, ao dizer que “os fatores de risco modificáveis são amplamente conhecidos pela ciência, como estresse excessivo, sedentarismo, tabagismo, obesidade, colesterol elevado, diabetes e hipertensão sem controle e, mais recentemente, a qualidade do sono, que foi incluída nas diretrizes de cardiologia”. Ela observa, ainda, que “algumas dessas condições são reversíveis para a maioria das pessoas”.

Os fatores que não podem ser modificados e que também agem contra a saúde cardiovascular são: envelhecimento; gênero (homens têm mais predisposição e mulheres mais possibilidades depois da menopausa); histórico familiar e genética; etnia (pessoas negras têm risco aumentado) e condições específicas de saúde pré-existentes, como doenças cardiovasculares anteriores e doenças autoimunes.

Com os avanços da medicina, os fatores modificáveis podem ser perfeitamente controláveis, enquanto os não modificáveis atenuados. É importante, entretanto, o paciente seguir orientações médicas para eliminar ou controlar os fatores de risco.  Mas, a fórmula mais simples de proteger o sistema cardiovascular, de acordo com a professora Maria Cristina, é ter hábitos saudáveis.

As principais orientações neste sentido, vale repetir, são: controlar o diabetes, a hipertensão e o colesterol elevado; praticar exercícios físicos regularmente durante 30 minutos, pelo menos em cinco dias na semana; evitar o sobrepeso e a obesidade, tendo uma alimentação saudável, a base de frutas, verduras e legumes; deixar o tabaco, para aqueles que fumam; cuidar do sono e do estresse e melhorar a qualidade de vida dentro do possível. Essa é a fórmula mais simples para todos aqueles que querem viver mais.






Autor: Wagner Medeiros Junior
Superintendente do HECI
assistente virtual

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