Publicado em: 18/02/2025

[Artigo] Dengue: Continuamente Um Problema Alarmante

Segundo as estatísticas do Ministério da Saúde (MS), o ano de 2024 foi marcado pelo recorde de toda a série histórica dos casos de dengues registrados no Brasil. O total de casos da doença provocada pelo Aedes Aegypti, oficialmente, foi de 6.649.338. O número de morte, no mesmo período, chegou a 6.016, com outros 913 óbitos em investigação. Em se tratando de uma doença que pode ser evitável, tais números são alarmantes e não devem ser visto apenas como dados estatísticos. Trata-se de pessoas atingidas pela doença! Trata-se de mortes que podem ser evitáveis!

Entretanto, neste início de ano várias autoridades já vêm alertando de que o ano de 2025 deverá ser o pior ano da dengue no Brasil, superando 2024, em razão da alta incidência de chuvas, do aumento da temperatura e do relaxamento das atividades preventivas. Um exemplo dessa explosão de casos é o estado de São Paulo, que no primeiro mês do ano registrou o dobro do número do mesmo mês do ano anterior. Por tal razão, 45 municípios naquele estado já declararam estado de emergência na saúde. Mas, essa mesma ocorrência também é constatada em diversos outros estados e municípios brasileiros.

Para se ter ideia da gravidade da situação atual, vale mencionar o que disse o médico infectologista Dr. Alexandre Naime Barbosa, professor de Medicina da Universidade do Estado de São Paulo e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, em recente entrevista ao Estadão: Não há dúvidas em dizer que 2025 vai ficar marcado, e não estou sendo alarmista ou pessimista. Será a pior epidemia de dengue de toda a série histórica, não só no estado de São Paulo, mas também no Brasil... considerando o ritmo deste início de ano.

Nas primeiras semanas de janeiro, por exemplo, o MS já tinha registrado 97.480 casos de dengue no Brasil, um aumento de 187% com relação ao último mês do ano anterior. O número de mortes confirmadas no mesmo período foi de 41 pessoas, sendo que outros 227 óbitos estão ainda sob investigação.

O Dr. Alexandre Barbosa alerta que o MS tem sido cauteloso demais ao abordar a questão, dado a gravidade. Mas, no fundo, a problema é que no Brasil o meio político sempre foge de tratar em público o que não lhe convém, o que não lhe dá ganhos políticos. Porém, também é fato, que em 2023, antes do surto atual, o Planalto cortou 58% da verba para campanhas de conscientização e prevenção da dengue, mesmo após um alerta de epidemia emitido pelas sanitárias, conforme mencionado em reportagem publicada pela revista VEJA.

Lamentavelmente, o que se vê na publicidade do governo são propagandas políticas com o nítido propósito de promover candidatos, antecipando descaradamente as futuras eleições de 2026. Parece que os problemas do país ficaram em terceiro plano, esquecidos. E, infelizmente, para esses casos não existe o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ninguém faz nada...

Contudo, o problema da epidemia da dengue não se deve apenas às mudanças climáticas, da forma exposta simploriamente por várias autoridades.  Por isto, nunca é demais lembrar que o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, depende de ações da própria população para evitar a água parada em torno da própria residência e do local de trabalho, como também de ações preventivas dos governos, tanto do sentido educacional, como de fiscalização e no combate aos focos nos logradouros públicos.




 
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